Ciganos

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Castanholas




As castanholas são tradicionalmente usadas numa dança espanhola animada conhecida como flamenco. Elas fornecem a base rítmica para a dança e são normalmente tocadas pelos bailarinos.


Existem dois tipos de castanholas – aquelas com alças, que são tocadas batendo elas em seu joelho, e aquelas sem alças, que são tocadas ao se segurá-las na palma da mão. As castanholas sem alças são as mais comumente usadas.


1. As castanholas podem ser feitas de diversos materiais. Muitas pessoas estão familiarizadas com as de plástico bem sonoras, que são vendidas no carnaval e são utilizadas principalmente por crianças, o que deixa seus pais loucos! No entanto, também há muitas castanholas de alta qualidade feitas de fibra de vidro, ébano ou de pau-rosa. O tipo certo para você depende do som que você deseja conseguir.


2. A maioria das castanholas são moldadas como duas conchas que têm pequenas “orelhas” por onde passa um buraco. Um fio é colocado por esses buracos para juntar as duas metades da castanhola. As duas extremidades do fio são amarradas juntas com um nó, de modo que a alça é ajustável ao tamanho dos dedos do tocador.


3. Antes de colocar as castanholas em suas mãos, determine qual é o “macho”, e qual é a “hembra” (fêmea). A fêmea tem normalmente uma marca, enquanto o macho não tem nenhuma. Além disso, o macho produz um tom ligeiramente mais profundo que a fêmea.


4. A forma tradicional de segurar as castanholas é com a alça ao redor do dedo médio em cada lado. Embora elas sejam ocasionalmente ainda tocadas desta maneira em algumas regiões de Espanha, a maioria dos tocadores enrolam o fio ao longo do polegar de cada mão. Enrole as castanholas em seu polegar com a castanhola macho em sua mão esquerda e a fêmea na direita. A alça deve repousar sobre cada um dos lados da articulação do seu polegar. Mantenha seus dedos levemente dobrados hermeticamente em torno das castanholas. Se você ajustar a tensão do nó corretamente, as castanholas vão ficar um pouco abertas quando em repouso.


5. Há cinco sons básicos que compõem a quase totalidade dos ritmos utilizados com castanholas. A primeira é chamado de “TA”. É criado ao tocar com o dedo anelar, e em seguida bater com seu dedo médio da mão esquerda na castanhola rapidamente.


6. O próximo som é chamado de “RRI.” Este som é feito ao tocar a castanhola em sua mão direita com seu dedo mindinho, dedo anelar, dedo médio e dedo indicador em rápida sucessão.


7. O terceiro som utilizado é o “PI”. Este som é feito ao tocar a castanhola na mão direita (hembra) com seu dedo anelar e, em seguida com o dedo médio. O “PI” é idêntico ao “TI”, exceto que é tocado com a mão oposta.


8. O quarta som é o “PAM”, também chamado de “CHIN” Crie este som impressionante ao bater as castanholas umas com as outras.


9. O quinto e último o som é o “PAN”. Esse é frequentemente usado para terminar uma seqüência rítmica, e tem um som bem finalizante. Para reproduzir esse som, use seus dedos anelar e do meio e bata ambos as castanholas simultaneamente.


10. Você também pode criar um som semelhante a um tambor ao alternar toques rápidos com as castanholas, sempre terminando com a castanhola macho.


Agora que você tem uma compreensão básica dos sons que podem ser criados por este instrumento simples, você esta pronto para começar a tocar algumas músicas. Pegue um CD de flamenco e veja o que você pode fazer!

As castanholas são instrumentos de percussão, cuja origem vem dos fenícios – civilização que deu origem a escrita em meados do ano 1.000 a.C. Parecem ser derivados dos antigos snujs, de tamanho maior que as castanholas de hoje, de metal, barro cozido ou madeira, e amarrados por uma cordão ou fita. A Espanha foi o país que conservou e desenvolveu seu uso desde então, até se converter em patrimônio cultural espanhol. Quase todas as regiões espanholas têm suas castanholas tradicionais.


Em Andalucia, as castanholas são chamadas de palillos, mas recebem outros nomes como: castañetas, castañueles, terrañueles, castañeta, castañetas y castanholas. Na língua euskera ( idioma ancestral de povos da Espanha e França), por exemplo, são chamadas de kriskitin. Las terrañolas é o nome popular que se usa para denominar as castanholas em grande parte da zona ocidental da Península Ibérica, em um território que compreenderia quase o que hoje conhecemos como Galicia, região da Espanha, e uma estreita parte de Astúrias, passando a se chamar tarrañueles e tarrañuelas em Cantabria.
Atualmente, as castanholas são compostas por duas peças arredondadas presas nos dedos, e as tarrañuelas são feitas por duas madeirinhas cumpridas, que se entrepõem entre os dedos médios da mão. Ainda que as duas formas desse instrumento recebam diferentes nomes, de acordo com as regras da moda.

Nessa altura, vocês pensarão o que tem a ver as castanholas com a música árabe, ou por que tantas especificações em torno das castanholas. Pois bem, as castanholas são uma variante dos snujs, esses pratinhos metálicos que ainda hoje são tocados ao executar a música árabe, e que as bailarinas experientes usam para enfeitar suas apresentações e destacar os ritmos, tal como fazem as bailarinas espanholas.


Enquanto as castanholas não tem a origem definida da palavra, alguns especialistas referem-se ao material de que são feitas, ou seja, a madeira que é usada, ou tipo de castanha, ainda que sempre buscam madeiras mais fortes como a noz, ou madeira de buxo ou de ébano. Outras interpretações, no entanto, baseiam-se mais na cor ou outras características, tais como forma, ligando o nome com o perfil ou o aspecto de ambas as partes do instrumento.
Na antiguidade, snujs e castanholas foram tratados como um mesmo instrumento, onde a variação estava no material que eles eram feitos e não pelo nome. Com o passar do tempo, a diferenciação se fez presente, mantendo o nome de castanholas para os instrumentos de madeira e o nome de snujs para os de metal. Embora deva ser observado que na Turquia ainda são usados um par de colheres de pau para desempenhar o papel de snujs na dança árabe, marcando as músicas com auxílio das colheres.

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